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Jay-Z – Magna Carta… Holy Grail [Review]
Qui Jul 11, 2013 2:58 am
Décimo segundo disco de Jay-Z, Magna Carta… Holy Grail vem gerando muitos debates desde antes de seu lançamento. Lançado primeiramente para usuários do Samsung Galaxy S3 e S4 em uma estratégia de vendas fantástica, Jay-Z mais pecou do que acertou em seu novo disco.
O disco tem conteúdo, mas não foi bem usado pelo rapper do Brooklyn. Por exemplo, o disco é bastante pessoal, mas não é profundo. São 59 minutos de uma ostentação já conhecida pelo público, e sem um certo cuidado com o lírico. Arriscando com alguns wordplays, Jigga não dá sinal de vida daquele rapper que conquistou o jogo muitos anos atrás. É claro que ele já está com quarenta e poucos anos, e tem uma vida diferente de dez anos atrás, mas isso não é sinônimo para decair e perder um rumo lírico. Magna Carta não foi nenhuma evolução de Jay-Z, então não se pode dizer o típico “blá blá blá” que um rapper tem de evoluir e que se ficar para trás, irá desaparecer. O que faz isso, é não jogar o jogo direito. Jay-Z joga, e sabe bem o que faz, e sabe que Magna Carta significa mais como uma jogada de marketing do que um disco em si. Afinal, estamos falando do rapper que lançou Reasonable Doubt, The Black Album e American Gangster. Apesar de jogar o jogo direito e saber o que fazer, ele está preguiçoso nesse disco em relação as letras e isso deixa o disco enjoativo e fraco liricamente.
Mas Magna Carta não é de todo o ruim, o disco tem pontos positivos que valem a pena destacar. A produção é grandiosa, ganhou toques de grandes mestres como Pharrell e Timbaland, e mostra ser bastante minimalista. A técnica de samples está grandiosa, mas em muitas vezes algumas batidas soam repetitivas. A maioria tem uma influência da trap music, e Jay não combina com esse tipo de coisa.
•Holy Grail (Feat. Justin Timberlake): Holy Grail é de Justin Timberlake. O cantor domina a música que é uma boa pedida para single. Definitivamente melhor que Suit & Tie dos dois. Samples de “Smells Like Teen Spirit” do Nirvana.
•Picasso Baby: Com samples de “Sirens” de Adrian Younge, é uma das melhores faixas do disco. Jay engloba bem seu flow com uma bela batida produzida por Timbaland. Picasso Baby deve ter clipe.
•Oceans (Feat. Frank Ocean): Tudo conspira a favor da faixa com o jovem cantor Frank Ocean. Não é de hoje que ele vem surpreendendo, e Oceans é mais uma faixa na qual ele dá um toque de mestre. Boa batida e Jay-Z está ótimo na faixa.
•Somewhere In America: Outra boa faixa. Melhor batida do disco, um suave som de trompete no fundo nos lembra muito músicas de cantores como Frank Sinatra – o qual Jay cita na música. Twerk Miley Miley… Twerk!
•Heaven: Pra mim foi a única faixa que lembrou o Jay dos tempos de ouro. Tem vocais de Justin Timberlake, e Jay-Z tira versos da faixa Losing My Religion da banda R.E.M. para fazer a ponte entre os versos. Ele ainda copia o flow de Chief Keef. Algo que ocorre bastante no disco, e é bastante legal.
•Versus & Beach is Better: Duas faixas curtas mas de intensa qualidade, Beach is Better tem uma produção absurda e Versus que tem linhas de Sucka Nigga do grupo A Tribe Called Quest, tem um ritmo muito bom. Elas deviam ser bem maiores.
•BBC (Feat. Beyonce, Justin Timberlake, Nas & Swizz Beatz): Dos featurings nessa música, só Nas tem um verso – ótimo por sinal. O resto faz vocais. BBC tem uma vibe ótima, e segundo Jay foi a faixa mais divertida de se gravar. Melhor refrão do disco. Melhor faixa do disco.
•La Familia: Essa faixa lembra muito H.A.M. para mim. E parece que do nada Chief Keef vai começar a rimar nela. O que é interessante nela, é a “diss” para Little Wayne, relembrando tudo aquilo que começou com a própria H.A.M. em 2011.
De decepções, Fuckwithmeyouknowigotit, Part II (On The Run), Crown, Jay-Z Blue. São músicas que mostravam um potencial grande pelas temáticas, ou até participações. Mas nada anima. O disco de Jay é um show de altos e baixos, no qual poucos detalhes nas músicas nos animam mais que elas próprias. Por exemplo, fiquei mais animado com os “shout outs” de Jay-Z para outros rappers usando seus flows e linhas na música, do que qualquer outra coisa.
Fonte: Joe ( Raplogia)
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