Jay-Z – The Blueprint ( Review )

The Blueprint está na lista entre os 100 melhores discos de todos os tempos. Lançado no mesmo dia que ocorreu o ataque as torres gêmeas, o álbum foi um sucesso de crítica e de vendas.

Da capa até as bonus track, não há nada que possa ser retocado, pois é uma obra prima. Jay-Z diz que foi o seu álbum mais pessoal, seguido de Reasonable Doubt, não somente nas letras mas também nas batidas. Jigga acabou fazendo uma trilogia, vindo após o disco de 2001, The Blueprint II : The Gift & The Curse e The Blueprint III: Soul Assassin Special Edition.

A faixa que inicia o cd é The Ruler’s Back, que dá o tom do que vem a seguir. Um punhado de rimas soltas, acompanhada por uma bela produção. “I could predict the future like Cleo the psychic / You can’t date skee-os and wife it (uh-uh) And you can’t sell me bullshit, we know the prices / So what your life is” A música que vem dá prosseguimento ao álbum é Take over, polêmica faixa onde Jigga ataca Nas e Mobb Depp, produzida pelo jovem Kanye West, na época ainda conhecido apenas pelo seu trabalho nas produções. Ainda que eu prefira Ether, não dá pra negar que Take over é uma bela diss, recheada de ataques direcionadas a Nasir Jones. Izzo (H.O.V.A.), Novamente produzido por Yeezy que sampleou I Want You Back dos Jackson 5. Mesmo que seja mais ‘pop’, é uma ótima música e grande parte disso pode ser colocado na conta de Kanye.


Girls, Girls, Girls conta com Just Blaze na produção. Nessa música, Jay fala um pouco de cada tipo de mulher que encontrou. Ao mesmo tempo em que conta com um apelo mais pop, tem um certo storytelling, além de ser uma faixa extremamente harmônica dividida em três versos. Jigga That Nigga Não deixa de ser uma boa música, mas pouco acrescenta. Novamente Just Blaze aparece no projeto. Na produção de U Don’t Know, Blaze combina perfeitamente com o marido de Beyonce. Hova lança várias linhas soltas, embalado pelo sample de I‘m Not to Blame.


Pelas mãos de Timbaland passa Hola Hovito. Jay-Z mostra toda sua habilidade combinando palavras em espanhol e em inglês. Kanye novamente aparece em Heart of the City (Ain’t No Love). Com toda certeza, essa é uma das melhores se não for a melhor música de Jay em Blueprint. As suas narrativas se encaixam muito bem junto a produção, um dos maiores trunfos desse projeto. Never Change é outra produção de Ye. Rimas obre o tráfico, ser pobre e rico, família, fazer música e mesmo assim se manter o mesmo é o resumo de Never Change, uma música onde podemos ver um Jigga mais introspectivo, refletindo sobre os temas acima. Outra narrativa emocionante é vista em Song Cry. São muitas as possíveis explicações sobre o que trata a faixa, tendo apenas uma certeza: o coração de Shawn Carter esteve presente em cada linha da faixa. All I Need, outra música que não me conquistou apesar da boa produção. Mesmo assim podemos observar boas rimas lançadas. A faixa a seguir é Renegade que conta com a participação de Eminem. Sempre haverá a discussão de quem se sobressaiu na faixa. Em minha opinião Eminem leva vantagem, mas a grande verdade é que não se poderia esperar nada menos que isso vindo de MC’s de tanta qualidade.


A última faixa é Blueprint (Momma Loves Me) é uma narrativa interessante, contêm boas rimas, além do sample de Al Green. Breathe Easy (Lyrical Exercise) e Girls, Girls, Girls part 2 completam as faixas bônus. Ainda prefiro a primeira versão de Girls, Girls, Girls, mesmo essa última contendo a produção de Kanye. Falando nele, grande parte do sucesso vem das belas bases que Mr. West produziu. Uma equipe de primeira esteve na produção de Blueprint, Jay-Z estava em uma forma lírica incrível. De todos os cd’s de Jigga, talvez esse seja o melhor, o mais próximo de clássico.

Por : Fred ( Raplogia )