Mascarenhas – " Eu não te vejo "

Letra:

Meu estado dispersa,
depende da conversa,
se ela for perversa,
acaba-se a conversa,
versa,
cada palavra, por ti dita,
decepção infinita,
com esperança finita,
dita,
objectivos contigo sem fins,
cada vez que falhas,
é como chicote nos rins,
ensinam,
aproximam e no fundo dizimam,
quando nos toca a nós,
são como bocas que rimam,

mas estamos desertos,
a relação povoa,
cantamos mais afectos,
e a tristeza é que voa,

sê mais rápida,
vê se não demoras,
porque a vida não é triste,
apenas existe horas,
e passa o tempo,
como um passatempo,
trespassa o teu talento,
nas asas do teu vento,

tu sabes..
não ha alegria que seja pura,
a espera torna mais leve,
o que a tristeza não cura,

decepcionas, posição degradada,
solidão acompanhada,
numa posição errada,

só és boa,
provocadora nos lábios,
só consegues ser tu,
sendo instrutora dos sábios,

levas de mim,
como se fossemos canibais,
as tristezas não foram feitas,
para os animais,

estás te a cagar,
mas no fundo só rastejo,
conjugas o verbo amar,
só porque dás um beijo,
dizes que não vais tombar,
cais na ausência do desejo,
dizes que ate vais voar,
mas no ar eu não te vejo..

se eu soubesse,
nem voltava atrás,
para escarrares á minha frente,
e dizeres que nao sou capaz,
dar-te a lua e o sol na despedida,
um amor sem medida,
ficas-te enfraquecida,

dei-te um caminho,
sem destino,
o amor eu aglutino,
eu sei que nao sou divino,

mas eu tento,
trazer ao sabor do vento,
conjugar o meu talento,
para rebentar o rebento,
com o nosso condimento,
com o nosso consentimento,
nem sequer, haver arrependimento,

arrepiar a tua pele,
a terra treme,
o vento geme,
eu espalho o creme,
pa ficares a navegar,
como um anjo ao leme,
juntar as nossas forças,
já ninguem me teme,
vou ficar na eternidade,
á espera que alguem reme,
nesta complexidade,
amor tu és o cerne...

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